#OUTROS Todos os homens da minha vida - Parte II

Quem leu meu primeiro conto sabe que a minha primeira experiência não foi das melhores, a segunda foi pior!

O Júnior nerd não entrou mais em contato, então, comecei a caçar novamente, até que encontrei um cara casado no bate-papo, o Roberto. Ele é um loirão de uns 42 anos, queria foda fixa ou sei lá o que. O cara era bom de papo, da minha cidade, coisa que antigamente era super difícil encontrar homens discretos que curtem (estou falando do inicio de 2004). Então encontra-lo era a esperança de ter algo no sigilo, visto que ele era um homem de jeito, voz, comportamento e fora de suspeita visto que era casado. Mas tudo isso se tornou um pesadelo.

Conversamos alguns dias e nos encontramos na nossa cidade, ele deu uma volta comigo de carro, conversamos até que ele teve a brilhante ideia de me chupar no carro em uma rua deserta. Chegamos na tal rua, ele ficou pegando meu pau por cima da roupa, assim que abriu a calça e iria começar a chupar, vem uma pessoa que surgiu do nada, não tinha o que fazer, fiquei parado esperando a pessoa passar, disfarcei, fingia pegar algo no porta-luvas, a pessoa fez questão de passar bem perto do carro e ver o que rolava, essa pessoa era uma garoto que estudou comigo. Ele apenas passou por mim, olhou e deu risada.

Fiquei apavorado pedi para ir em embora, queria sumir, me matar. Nunca me senti tão humilhado. Desisti de fazer um curso técnico que tinha iniciado, não queria andar de ônibus e passar por aquele garoto. Passei a noite ardendo em febre, mas precisava continuar minha vida. Me arrependi do que fiz, fui um burro em achar que existia lugares escondidos na minha cidade. Mas precisava levantar a cabeça e seguir minha vida.

Assim o fiz, até o dia que passava de ônibus e vi o tal garoto, acompanhado de muitos outros, ao me ver ele apontou e todos começaram a rir, esse sim foi o dia mais humilhante para mim, nunca me senti tão infeliz por ser quem eu era, por ser gay, por ter desejos por homens, queria me matar.

Me escondi, fugi, fiz o quanto pude, fazia rotas alternativas, tudo para não encontrar o tal garoto e outros amigos dele. O tempo foi passando e a memória de brasileiro é curta, mas a minha não, apesar de tentar abafar, mas não conseguia, queria mudar de cidade e recomeçar minha vida! Ser quem eu sempre quis e não quem estava aprisionado ali.

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