Contos Eróticos
#OUTROS Metrô de Lisboa
Foi numa curta viagem no Metro, em Lisboa.
Quando cheguei à Gare do Oriente, da Expo, onde entrámos, já lá estava, e logo reparei nele...
Quem não reparava?
Era um rapagão de vinte e muitos ou trinta e muito poucos anos, bastante alto, forte, muito peludo, como podia observar-se pelos braços e pelo peito, que a parte da camisa que estava aberta deixava entrever, e tinha uns longos e belos cabelos pretos, que lhe caíam abaixo dos ombros.
Estava com outro, de meia idade, e pela conversa deles, percebi pelo sotaque que devia ser brasileiro. O outro era português, de meia idade, como eu, nessa altura.
Entrámos na carruagem, quando a composição chegou, mas como havia muita gente ficámos, eles e eu, na entrada, de pé.
Talvez o tivesse olhado de soslaio, discretamente, não notando que tivesse reparado.
Mas quis-me parecer, não pela conversa, mas pela maneira como sobretudo o português falava, que devia haver qualquer coisa entre eles...
O português saiu primeiro, e depois de ele sair senti os olhos do brasileiro cravados em mim, assim se mantendo todo o tempo. Sem qualquer dúvida, um olhar fixamente devorador.
Devorou-me, com os olhos!
Saiu numa estação antes daquela onde eu ia sair, e tive vontade de sair também aí, para tentar uma abordagem, que talvez não fosse difícil...
Mas estava sem tempo para isso, e tive, assim, de me contentar com aquela sensação cativante de ter sido devorado pelo olhar do brasileiro!
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