Contos Eróticos

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Fetiche: Policial, cueca cheirosa. Eu, passiva

Batista (fictício) aguardava carona em pedágio da Castello. Lógico, dei carona a ele. Aquela farda, aquele cheiro de macho que tá se exercitando entrando com ele dentro do meu carro, aquele ar bandido, forte, que todo PM tem, aquela coisa que a gente olha para os lados pra ver se não estamos fazendo nada que o autorize a nos algemar, e, instintivamente, passamos, rapidinho, porque amamos, um olhar sobre o volume aperado daquelas calças cinzas desgraçadas que usam, ao que parece, apenas para deixar a nós, gays passivos, pirados, molhadinhos, rabinho latejando sem dar tréguas.

Conversa-se pouco. Falo pouco, porque quero curti-lo melhor. Ele é de pouca fala. Natural. Mas enquanto não falo, penso. Que cueca estará usando esse filho da puta? Boxer? Sleep? Se é boxer, que comprimento? Aquelas mais compridas ou aquelas mais curtinhas. A sleep deixa pau e saco mais volumoso, o pinto pra esquerda, quando a cueca é deixada no cesto, aí, quando cheiradas já dei na minha vida. Delícia. A boxer deixa tudo mais esparramado, parece mais confortável ao homem. É igualmente tesuda.

Ai, que vontade de dar. Ui. Que cor será a cueca que emoldura o objeto que, neste instante, amaria mamar? Branca, bege, preta, azul, listrada, como usam agora? Se azul, clarinha, bem canalha, ou escura? E se for vermelha? Cinza? E se estiver rasgada, for velha, desbotada? Tenho uma queda que beira a loucura pelas bem simplesinhas, não me perguntem o porquê.

E o cheiro, hein? Sabia que vocês estavam pensando no cheiro, safados! Bem, eram duas da tarde. Se dormiu com ela, deliciosa. Como havia andado e trabalhado, mais deliciosa ainda. Se faz 12x36 e eram umas duas da tarde, trabalhara desde, digamos, a meia noite. Neste caso, deliciosíssima. Dá vontade de comer um pedaço.

Bom, continuemos. Não gozem ainda, rapazes...

A viagem prossegui. Batista desceu quarenta e três quilômetros depois, em frente a um posto da polícia rodoviária. Ali, aliás, havia um PM gordinho, bundudo, super tesudo também.

Sou gay e dou pinta, mas sou comportado, embora pouco tímido.

"Gostei de você", disse-me ele, ao descer.

"Anota aí meu telefone, por favor. E vê se me liga, tá"?

Lindo o convite, não? Quase uma insinuação, não acham? Devo ligar, meninos?

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